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“A tecnologia na educação das crianças”

Programa Tribuna Independente, na Rede Vida de Televisão. Entrevista com Natércia Tiba em 17/09/2012

AS CRIANÇAS e o “AQUI E AGORA” – Aprender a esperar

Quarta-feira é dia do meu rodízio. Saio de casa muito cedo. Meu caçula (7 anos) costuma acordar mais cedo nesses dias para se despedir. Hoje ele me presenteou com uma de suas pérolas.

Ao me ver sair por volta das 6:30 da manhã, meu caçula me pergunta:

– “Você vai assim cedo por causa do rodízio né?! Você não tem paciente assim cedo, tem?”

Eu: – “Tenho sim, a partir das 7:30.”.

Meu filho me pergunta então com um ar de curiosidade e indignação:

– “Mas tem gente que tem problema assim tão cedo?”

Me deliciei com esse comentário até chegar no consultório. Ao mesmo tempo pensei no desafio (que adiei para o meu retorno pós-trabalho) de explicar para ele que a psicoterapia é um processo e não um “pronto-socorro de problemas”. Para que ele entenda, precisa ainda compreender muitos outros aspectos, como pensar a longo prazo, saber esperar, lidar com a angústia e ansiedade de resolver tudo na hora, superar o imediatismo da primeira infância.

Adoro desafios e vou encarar esse com o maior prazer. De qualquer forma fiquei intrigada com o fato de que, mesmo que nós adultos sejamos também cada vez mais imediatistas, muitas vezes nos esquecemos que esperar e pensar em termos de “processo” e não soluções pontuais é algo aprendido.

Quantas vezes ficamos irritados ou mesmo bravos quando nossos filhos perguntam ou pedem 50 vezes a mesma coisa porque querem uma resposta na hora?

As crianças nascem imediatistas, não sabem esperar. Vivem o que chamamos na psicologia de “processo primário”: se não tiver minha necessidade ou desejo satisfeito na hora, acho que vou morrer!”. Essa seria a legenda para a maioria dos choros de bebê e birras de criança. A birra é a tentativa de manter o imediatismo e as vontades satisfeitas.

Somos nós, adultos maduros e responsáveis, que ensinaremos a eles que é possível esperar, que podemos fazer um pouco por vez. Conforme as crianças vão crescendo e desenvolvendo mais capacidades cognitivas, vão aprendendo a pensar no depois e a planejar (sem aquela ansiedade que enlouquece os adultos: “É hoje? É hoje? É hoje?” ou “Tá chegando? Tá chegando? Tá chegando?”).

A capacidade de esperar requer um certo desenvolvimento cognitivo mas é uma aprendizado emocional. Muitas vezes esse aprendizado não acontece naturalmente. Para que aprendam precisarão ser frustradas, terão que esperar e  ver que sobrevivem.

Dizer NÃO para a criança é fundamental para que avance em suas capacidades e recursos, para que se desenvolva de forma saudável.

Vale lembrar que mais contam nossas atitudes do que o discurso. Não podemos ensinar aos nossos filhos a esperar, planejar, cultivar bem para depois colher se não conseguimos fazer isso em nosso dia-a-dia.

O quanto somos capazes de esperar?

Pouco, acredito eu. Mas se pensarmos que isso terá um grande peso para a educação e para o desenvolvimento dos nossos filhos, quem sabe possamos aprender também, não é mesmo? Antes tarde do que nunca…

É esperar pra ver que resultado teremos!

EGOCENTRISMO INFANTIL: Reflexões – por Natércia Tiba

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Dias atrás vi esse lindo quadrinho. Fiquei encantada. De uma maneira simples foi colocado uma questão tão importante mas que nem sempre estamos atentos: o egocentrismo infantil.

Por que é importante estar atento a isso?

O egocentrismo infantil vai além da brincadeira que costumamos fazer: “para o meu filho é assim: o que é meu é meu e o que é seu também é meu!”. Ele  é uma forma de olhar para a realidade e interpretá-la e predomina na 1a infância.

Meses atrás, ao enfrentar um sério problema de saúde na família, estive cabisbaixa, triste e preocupada. Meu caçula (recém 7 anos) comentou: “Mamãe, eu sei que você está triste porque está preocupada com várias coisas, mas quando eu vejo você assim fico com uma sensação aqui no coração de que é por minha causa.”

Fiquei muito tocada e mais do que preocupada, fiquei aliviada por ele ter dito o que sentia. Foi uma oportunidade para conversarmos e para que eu pudesse ajudá-lo a amadurecer e passar para outra fase de desenvolvimento.

Em relação a essa questão, há 2 pontos importantes:

1) Não podemos subestimar a percepção que a criança tem da realidade. Se estamos tristes, estressados ou irritados, de alguma forma ela percebe. É fundamental que possamos validar sua percepção;

2) Sabendo da forma como a criança interpreta a realidade, por mais que para nós (pais e educadores) pareça óbvio que nosso sentimento nada tenha a ver com ela, PRECISAMOS fazer este esclarecimento. Não temos que entrar em detalhes do que está acontecendo, mas mostrar que ela não é a razão de estarmos daquela forma.

Principalmente em situações de crise em uma família, não podemos deixar de lado estas questões. Esclarecer que a separação não foi causada pela criança, que o falecimento de um ente querido não aconteceu porque ela sentiu raiva um dia, que a mamãe chorou porque ficou triste com uma situação externa são muito importantes para que a criança amadureça e entenda o lugar que ocupa na família e na realidade. Perceber que ela não tem esse poder pode ter um pequeno sentimento de frustração, mas ao mesmo tempo gera um grande alivio.

Assim como na história em quadrinhos acima, Lucy se decepciona ao perceber que não é o centro do universo,  ela ganha muita liberdade ao se dar conta que não tem todos esses olhares pra ela e nem toda essa responsabilidade.

Se você tem filhos ou trabalha com crianças, pense nisso. Como você pode ajudar a criança em seu desenvolvimento no que se refere ao egocentrismo e à percepção da realidade.

Mas cuidado para também não se vigiar a ponto de se tornar egocêntrico! Rsrsrs!

Abraços

Natércia

Bate-papo com as mães-blogueiras – Lançamento do Blog da Pom Pom

No dia 03 de Maio de 2012, a empresa Pom Pom realizou um evento, um bate-papo com mães-blogueiras, um chá com convidados. Os convidados foram: eu e e o pediatra Dr.José Vicente. Foi o lançamento do blog da Pom Pom (pela blogueira Letícia Volponi) para uma conversa sobre a importância dos cuidados com os bebês e do relacionamento mãe-filho. Foi uma tarde muito gostosa e o local do evento era muito especial, Ikidea, na Vila Madalena, em São Paulo, SP. Aqui estão alguns videos que dão uma idéia do evento.

Video sobre cuidados básicos com o bebê:

Imagens do Chá com Convidados organizado pela Pom-Pom:

Depoimento da blogueira Letícia Volponi: